quinta-feira, 27 de junho de 2013




Em defesa das lutas democráticas, das ruas e da nossa história


Documento para debate interno no PT, elaborado por militantes petistas de diversas correntes internas para diálogo com a direção e militância do partido.



1. O Partido dos Trabalhadores foi forjado nas lutas democráticas, por justiça social no Brasil. O PT construiu sua trajetória, ao longo dos anos, calcado na luta das ruas e, nos últimos 10 anos, com Lula e Dilma à frente da Presidência da República. Apresentamos políticas governamentais que elevaram a qualidade devida do povo brasileiro, ajudando a elevar sua condição econômica, social, cultural e tirando milhões de famílias da miséria. Isso nos enche de orgulho como militantes petistas!

2. Porém, nosso partido ficou aquém da capacidade de compreender a necessidade de disputar à esquerda os valores, ideais e as pautas históricas forjadas nas lutas que derrubaram a ditadura. Essa incapacidade, aos poucos, abriu um vácuo enorme entre nós e os movimentos sociais, organizados historicamente pelo campo progressista.

3. Já há algum tempo, temos colocado que o PT tinha uma capacidade limitada de dialogar e organizar os anseios da Juventude:


“Contudo, uma constatação deve ser feita: a organização e o diálogo com a juventude nunca foi uma prioridade política para o Partido dos Trabalhadores. Essa identificação da juventude com o partido sempre esteve presente pelo caráter transformador da sociedade que o PT representa e pelo seu ineditismo com expressão política de esquerda no Brasil. Também pela sua forte inserção nos mais diferentes movimentos sociais, ou seja, os jovens se identificam com nosso Partido em razão do seu programa geral e não porque o Partido tenha uma política voltada para a disputa deste setor.Se levarmos o problema de organização da juventude para nossa intervenção nos movimentos juvenis, a situação é aquém da capacidade de mobilização real do PT. Hoje, não conseguimos ocupar em nenhuma das frentes de luta dos movimentos juvenis uma posição de centralidade.Atuamos de maneira fragmentada e, em geral, levando as disputas internas para o seio dos movimentos”

Resolução Concepção e Funcionamento, I Congresso da JPT, maio de
2008.


4. Considerando a nossa presença há mais de 10 anos no Governo Federal, há uma grande geração que não conhece o PT fora da institucionalidade. Associa a ele não mais a transformação, mas sim o status quo. Isso é agravado pela forte ofensiva da mídia na tentativa de igualar o PT a demais partidos, em um senso comum despolitizador e potencialmente antidemocrático: “são todos iguais e corruptos”.

5. As manifestações organizadas a partir da pauta do “passe livre” merecem um olhar cuidadoso por parte das pessoas realmente preocupadas com o desenvolvimento do país.Para entendermos a sua complexidade, é preciso nos debruçarmos sobre a dinâmica das redes sociais, bem como de novos movimentos sociais, que não se alinham ao nosso tradicional campo democrático e popular. Além disso, há que se considerar atentamente o papel que a grande mídia cumpriu ao optar pela disputa do conteúdo políticos das mobilizações.

6. Longe de vermos o protesto de forma uniforme, houve um forte e rápido giro político e apropriação da pauta por setores organizados da direita. Isso se deu no interior das redes sociais, que possuem um alto poder convocatório.

7. Nela, como todos podem gerar e reproduzir informações, temos uma (falsa) sensação de igualdade e de estarmos falando entre pessoas com as quais confiamos. Afinal, a informação é repassada por vínculos de “amizade”. Contudo,assim como na mídia, há forte possibilidade de manipulação.

8. O que vimos hoje no Brasil é uma explosão de insatisfações com diversos problemas históricos existentes em nosso país. Ela aponta para transformações estruturais no capitalismo brasileiro em todas as esferas de governo, reivindicando mais eficácia no gasto público com transporte público, saúde e educação.

9. Certamente o PT e a esquerda precisam se debruçar sobre a pauta da reforma urbana e apresentar uma proposta que dispute corações e mentes da sociedade. A mobilidade urbana sempre foi pauta prioritária para discussão da esquerda e dos governos municipais do PT, pois está diretamente ligada à qualidade de vidados trabalhadores brasileiros. É preciso ousar e enfrentar os verdadeiros cartéis que dominam as concessões de transporte em todo o país.

10.Alçamos uma importante vitória ao conseguirmos sediar a Copa das Confederações e do Mundo. No entanto, apesar das relevantes alterações nas estruturas de algumas cidades, em outras não ficou nítido para a população qual será o legado positivo que o Brasil deixará ao seu povo ao final das competições.É inegável o mal estar sobre os gastos e nós precisamos dar respostas dignas à população.

11.Mesmo com toda a ampliação da participação popular nas instâncias de representação política, afirmadas nas dezenas de conferências e conselhos de políticas públicas criados, não conseguimos, nos nossos dez anos à frente do governo federal,é preciso garantir espaços de vocalização das demandas que se colocam hoje, nas ruas. As manifestações na rua mostram que, embora tenha havido ganhos expressivos, falhamos no essencial: aproximar o cidadão dos processos de tomada de decisão sobre o dinheiro público. O PT precisa ter papel ativo no interior do governo, na proposição de novos canais de participação democrática, em todos os setores governamentais, antenados com essa juventude que se expressa e se organiza pelas redes sociais, à esquerda e à direita.

12.Não conseguimos atrair para a militância petista essa parcela da juventude e da sociedade que, genuinamente, coloca suas insatisfações e sua crítica contundente ao sistema político e aos partidos. Sabemos que o PT é um dos partidos em que há maior democracia interna. As eleições diretas para nossas direções são prova disso. Mas, após tantas alianças com nossos adversários históricos, caímos na geleia geral da política institucional. E disso se aproveita a elite conservadora, a mídia irresponsável e setores puramente golpistas que, até então subterrâneos,começam a colocar a cabeça para fora. Essa aberração política fez os grupos assumidamente fascistas liderarem a massa contra as bandeiras e camisas de militantes do PT e outros partidos de esquerda, nas manifestações dos últimos dias, em várias capitais brasileiras.

13.Entendemos que, nas próximas semanas, será jogado o futuro do PT como polo agregador daqueles que permanecem em luta contra as injustiças e contra a desigualdade que - mesmo com todos os avanços - ainda permanece em nosso país.

14.Somos chamados nesse momento a resgatar nossa tarefa histórica: a de organizar nossa militância, de protagonizar a organização de um campo político e de construir com as entidades dos movimentos sociais uma agenda de reformas e mudanças populares para o país, passando pelo governo e pelas ruas, onde a verdadeira massa está à espera de respostas concretas.

15.Mais ainda: devemos atuar também no campo simbólico, ideológico, cultural e político. A falta de identificação da juventude com o PT passa por uma questão de cultura política, de formas e métodos do agir e governar. Nossa burocratização,interna e governamental, afasta a geração dos cidadãos conectados e colaborativos. Além de emprego, educação e saúde, o PT deve voltar a despertar utopia.

16.O partido deve fazer um apelo a todos/as entidades, movimentos, sindicatos,artistas, partidos, intelectuais, juristas, religiosos, enfim todos os cidadãos que,independentemente de suas opiniões políticas e ideológicas e, que estão preocupados com o que está acontecendo, se unam em torno da defesa da democracia, da liberdade de expressão e da livre organização das entidades do movimento social.

17.Cabe à atual direção do partido organizar e fazer chegar a todos os seus diretórios, bancadas parlamentares e aos governos municipais, estaduais e federal a seguinte pauta:

● Rearticular o campo democrático e popular pela defesa das conquistas dos governos Lula e Dilma.
● Aprofundar a campanha pela reforma política, com o financiamento público de campanha, retomando o compromisso radical do PT com a participação popular através da atualização de nosso programa participativo com as possibilidades abertas pelas novas tecnologias e difusão das redes eletrônicas.
● Trabalhar pela democratização dos meios de comunicação, ampliando canais de informação e debate alternativos à mídia conservadora.Enquanto não garantirmos verdadeiramente a pluralidade de fontes de informação, o caráter público das concessões de rádio e TV, e o direito à comunicação do conjunto da população, não superaremos boa parte das fragilidades que nossa democracia mantém.
● Orientar a bancada federal à aprovação urgente de agendas como os 100% do pré-sal para educação.
● Incorporar o direito à mobilidade no Estatuto de Juventude, indicando para implementação do passe livre para juventude no transporte público.
● Dotar o país de uma malha de ciclovias e meios de transportes limpos, que permita a mobilidade com respeito ao meio ambiente.
● Cobrar do governo uma demonstração de guinada à esquerda em ações concretas e cobrar ampliação dos canais de diálogos do governo com os movimentos e a condenação pública imediata, da bárbara violência policial contra os manifestantes.
● Promover a desoneração tributária da classe trabalhadora e tributação das grandes fortunas.
● Enfatizar a laicidade do Estado e a defesa dos direitos humanos, bem como a promoção de igualdade entre homens e mulheres, negros e brancos e a garantia dos direitos da população LGBT. Podemos observar que esses são temas caros à juventude, que compõe parcela expressiva desses movimentos e se frustra quando vê suas reivindicações por cidadania e dignidade serem subordinadas aos caprichos dos setores conservadores que, desde a base do nosso governo, não encontram limites para buscar avançar sua agenda, à revelia do sentimento da nossa sociedade, inclusive.

18. Assim, conclamamos a direção do PT a organizar sua militância a lutar pelo legado
Histórico que construímos nos últimos 33 anos. Não deixemos, por pura inoperância, setores historicamente conservadores retomarem o poder.

Em defesa das ruas, do povo e da nossa história.

Brasil, 20 a 24 de Junho de 2013.


Assinam:


1. Ademário Sousa Costa Vice-presidente da UNE 2001-2003. Diretório Estadual do PT da Bahia.
2. Adriano Oliveira – vice-presidente da UNE 99/01 e SNJ 2000/01
3. Afonso Tiago - JPT do PT Fortaleza de 2003 a 2004, e Sec. Juventude da Pref. de Fortaleza de2005 a 2012.
4. Alex Piero, ex-conselheiro do Conselho Nacional de Juventude pela Pastoral da Juventude, atualmente na Secretaria Municipal de Cultura, São Paulo.
5. Allan Rodrigo Alcantara (CA Psicologia 1999-2003, DCE 2001-2002, Psicólogo, Conselheiro Regional de Psicologia 2007-2009, Presidente da Federação das Associações de Moradores do Estado de Santa Catarina, Secretário de Relações Internacionais da Confederação Nacional das Associações de Moradores e Secretário Estadual de Formação Política do PT-SC)
6. Anderson Batata - Foi Diretor da UEE-RJ e Secretário da JPT-RJ de 2001 a 2005
7. Anderson Cunha Santos, Professor de História das Prefeituras de Contagem e BH, DCE-UFMG(1995-1996), CAHIS-UFMG (1996-1998), Secretaria Geral da FEMEH-1998, Presidente do D.A.FAFICH-UFMG (1998-1999), Coordenador do Setorial LGBT do PT-MG (2011-2012)
8. Antônio Carlos Freitas, deputado estadual, 2• Vice presidente do PT CE, foi do coletivo estadual da JPT de 2005 a 2007.
9. Alessandra Dadona, secretária de juventude do PT de SP 2008 -2010
10. Alessandra Terribili - jornalista, cantora e poetisa - diretora da UNE (2003-2005), DE do PT-SP(2005-2007)
11. André Rota Sena, Executiva da UNE - 2003-2005,
12. André Brayner, advogado, foi coordenador do Festival das Juventudes da Prefeitura de Fortaleza em 2010 e 2011
13. Alexandre Luís Giehl - Coordenação Regional II da FEAB (SC/PR), gestão 1999/2000
14. Ariane Leitão, coletivo nacional de juventude do PT 2005/2008 e Vereadora suplente do PT/POA.
15. Bob Calazans - Foi Vice Presidente da AMES de 99 a 2000 e do Coletivo da JPT-RJ, e é membro da Executiva Municipal do PT Rio
16. Breno Cortella, vereador e presidente da Câmara Municipal de Araras/SP, secretário municipal daJPT 2001/2004.
17. Bruno Elias - militante do PT, 1º Vice-presidente da UNE 2007/2009, Coordenador de Relações Internacionais da JPT 2009/2011.
18. Bruno Vanhoni Executiva da UNE 2005/2007; Coletivo Nacional de Juventude do PT
19. Camila Vieira ( k k ) ENECOS ( 1999 a 2003), DCE UCB (2000 a 2004), Diretório Estadual do PT da Bahia
20. Carla de Paiva Bezerra, é advogada e gestora, trabalha na SNJ/SG. Foi da DNJPT 2008-2011 e Secretária da JPT-DF 2008-2009 e do DCE UnB 2003-2004.
21. Carlos Eduardo de Souza- secretário juventude do PT-SC 2002- atual secretário Geral PT Florianópolis
22. Carlos Eduardo Amaral (Cadu) - ex-coordenador-geral do DCE/UFAL (2006-2007) e ex-diretor da UNE (2007 - 2009)
23. Carlos Odas, secretário nacional de juventude do PT (1999/2001), Coordenador do Projeto Juventude (2004), atual Coordenador de Juventude do GDF
24. Carlos Henrique Viveiros Santos coordenador da JPT Gov. Valadares 2008 - 2010 e atual Diretor de Políticas Públicas de Juventude da Prefeitura Municipal de Gov. Valadares, Assessor Diocesano da Pastoral da Juventude.
25. César Augusto Da Ros, CN - FEAB 97/98, professor do Departamento de Ciências Sociais,professor do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Territorial e Políticas Públicas e Pró-Reitor de Assuntos Estudantis da UFRRJ
26. Charles Carmo foi diretor do DCE/UFBA e do CARB/UFBA
27. Clarissa Rihl Jokowski, advogada, Presidenta do Diretório Acadêmico do Direito UCS Gestão2005
28. Cleberson Zavaski - CN-FEAB 98-99, Presidente da Associação de Eng. Agrônomos do DF e PT/DF
29. Cledisson Junior diretor da UNE (2009-2011) conselheiro nacional de promoção da igualdade racial
30. Daniel Feldmann - diretor da une(1999-2001)
31. Daniela Matos - Diretora de Relações Internacionais da UNE 99/2001
32. Danilo Chaves - FEAB 1999-2001, vice presidente UEE MG 2003-2004, PT-BH;
33. Darlan Montenegro Executiva da UNE (1992-95) Professor de Ciência Política - UFRRJ
34. Débora Cruz, jornalista, ex-JPT e do setorial de TI/PTDF
35. Débora Mendonça, PT/CE, Coletivo de Mulheres Estadual PT/CE, Militante da Marcha Mundial das Mulheres
36. David Barros, ex- presidente do Conjuve (2010-2011)
37. Eduardo Valdoski, jornalista, ex-coordenador de comunicação (2008-10) e secretário nacional-adjunto da JPT (2007-08) e secretário municipal da JPT/SP (2003-05)
38. Eliana Cacique - Coletivo Estadual da JPT-RJ de 2001 a 2005 e é membro da Executiva Estadual do PT-RJ.
39. Elida Miranda, jornalista, Regional ENECOS (2005), CUT- AL e Diretório Estadual do PT/AL
40. Ellen Machado Rodrigues - Medica Sanitarista, DENEM 2003/2005 , AMERESP 2010/2011
41. Erika Fernanda Viana - médica, DCE UFPB 2004/2005
42. Fabiana Malheiros - DCE UFES, PT-ES.
43. Fabiana Santos - Foi Presidenta do Grêmio Herber de Souza, do CA de Geografia da UGF, do Coletivo da JPT-RJ de 2001 a 2003 e é membro do Diretório Estadual do PT
44. Fabrício Gomes de França Ambientalista. Tesoureiro Upes (95-97), secretario da JPT Santo André (98-2000). Atualmente Secretário Adjunto da Secretaria de Gestão dos Recursos Naturais de Paranapiacaba e Pq Andreense da Prefeitura de Santo André
45. Fábio Sanchez, sociólogo, ex-secretário nacional adjunto de Economia Solidária (2005-2011).
46. Felipe Oliveira Lopes Cavalcanti, Médico Sanitarista, DCE UFPB 2004/2005
47. Fernanda Teixeira - DCE UEMS, Vice-presidente da UEE/MS, JPT, MMM, C.E. Mulheres do PT -MS.
48. Flávia Azevedo, jornalista, ENECOS, DCE UCB e JPT de 2003 a 2005
49. Francielly Damas, farmacêutica, membro da Associação AFLORE - Associação Florescendo a Vida de Usuários, Familiares e amigos da Saúde Mental de Campinas
50. Florentino Júnior, DCE/UnB (2010) e membro do Setorial de Saúde do PT/DF.
51. Gabriel Ribeiro - Foi Secretário Estadual da JPT/RJ e membro do Coletivo Nacional da JPT de2005 a 2008.
52. Gabriela Gilles Ferreira - ABEPSS, JPT, PT-ES.
53. Giliate Coelho Neto, médico de família e comunidade, coordenador geral da DENEM (2003),
54. Graziele Rodrigues Duda - ENESSO, DCE UFES, UNE, JPT, PT-ES.
55. Guido Rezende - radialista e blogueiro ex-diretor da UNE e UCE
56. Guilherme Floriani - ME Esalq 98 a 2000
57. Guilherme Guimarães de Azevedo - DCE- UFV (2007 e 2008); Dir. de Movimentos Socias da UEE-MG (2009/2011); 3º Vice-Presidente da UNE (2011/2013)
58. Humberto de Jesus executiva da Ubes 1997/1999, RI da Une 2001/2003, ex-secretário nacional de juventude do PT 2003/2004, atual secretario de desenvolvimento social, cidadania e direitos humanos de Olinda.
59. Ingrid Gerolimich - Foi Coordenadora Geral da AMES-RJ em 2001 e Coordenadora Estadual de Juventude do Governo do Estado do RJ em 2002
60. Isadora Salomão - Arquiteta e Urbanista, Ex-DCE UFBA e Coletivo de Mulheres do PT-BA
61. Jacir João Chies, Coordenação Nacional da FEAB 2001/2002.
62. Jean Tible, assessor da Fundação Friederich Ebert
63. Jonas Valente - ENECOS, secretário-geral do Sind. dos Jornalistas do DF e militante do PTDF
64. José Haroldo Thunder- Executiva Nacional de Ciências Sociais (1995-1997), DCE Puc Campinas(1996-1998), PT Votorantim
65. João Maurício, Executiva Estadual do PT do RJ, UBES 2003
66. Josué Medeiros - foi 1º vice-presidente da UNE (2005-2007), hoje professor de interpretações do Brasil da UFRJ
67. João Brandão, UEE RJ (2003 a 2005),DCE da UFRuralRJ (2002 a 2007) Professor de educação física do Rio de Janeiro
68. João Paulo Rillo, Deputado Estadual PT-SP, Presidente da UMES de São José do Rio Preto em 1994 e 1995;
69. João Scaramella - CN FEAB 2002-2003
70. João Vicente (Caixa d’Água) – Coordenador das Juventudes Metalúrgicas do ABC e da CNM/CUT 1997/1999, hoje membro do Setorial Jurídico do PT/SP e Secretário dos Assuntos Jurídicos e da Cidadania de Franco da Rocha/SP;
71. João Wilson Damasceno, gestor cultural, foi secretario geral do DCE UFC em 2007/2008
72. José (Zé)Ricardo Fonseca - Diretor da UNE 2001-2003- PT-DF
73. Julian Rodrigues , PT-SP (UNE e JPT 1997-2003)
74. Juliana Terribli, psicóloga, foi dirigente da JPT-SP 2008-2011
75. Julio Ladeia, vice-presidente UPES 1995/97, ex-membro do Diretório Estadual do PT, militante do PT de São José do Rio Preto, coordenado do CEU Butantã , SP.
76. Larissa Campos - secretaria adjunta da jpt-mg e DNJPT 2008/2011 1a dirt.de movimentos sociais da UNE 2007/2009
77. Léo Bulhões - Coord. Geral Executiva Nacional de Bio 1998-1999, Presidente DCE UFPE 2000-2001, Diretor UNE 2001-2003, atualmente Assessor Especial de Projetos Secretaria de Participação Social - Caruaru - PE.
78. Karina de Paula (Kakau) - Membro da Executiva Nacional da JPT e Secretária Municipal da JPT de Rio Claro - SP
79. Leandro Ferreira, Executiva da JPT-SP.
80. Lívia Manzolillo, jornalista, foi Presidente do DCE UNIFOR de 2003 a 2004.
81. Louise Caroline, Vice-presidenta da UNE 2005/2007; Vice-presidente do PT/PE
82. Lourival de Moraes Fidelis, estudante de doutorado, UNICAMP, Bolsista de Estágio doutoral pela CAPES, Universidade de Córdoba, Espanha
83. Lucas Cassab Lopes - Dce UFJF 2005-2006, Cahist ufjf 2004-200, coletivo estadual de juventude2006-2008, tesoureiro do pt-jf 2007-2009,
84. Luciana Mandelli - historiadora - UEE-SP (1999/2003), Col. Nac. JPT (2002/2005) e DR- PT-BA
85. Marcio Ladeia, publicitário, assessor da CUT, UNE 2005/2007, vereador de São José do Rio Preto 2001/2004, UMES 1996/1999 e UPES 1997/1998 militante do PT.
86. Marcos Asas - poeta e médico, Conselheiro Nacional de Saúde, presidente do DCE UPE "Paulo Freire" 2004/2005, presidente AMERESP 2011/2012, diretor de Saude da ANPG
87. Miguel Papi -
88. Orlando Catharino, membro do coletivo estadual da JPT/SP em 1991 e 1992
89. Otávio Antunes - jornalista, Vice-presidente da UBES 1997/1999 PT Campinas
90. Paulo Navarro - médico Sanitarista, DCE UFPB 2004/2005, presidente da AMERESP 2010/2011
91. Pedro Gerolimichex Vice Presidente da UBES 2003/2004 - Diretório Municipal PT/RJ
92. Pedro Moreira Coordenação regional da FEAB (2002 e 2003), secretario estadual de juventude do PT/MG 2004 e 2005 e vice presidente de UEE/MG 2004-2005
93. Pedro Tourinho - Vereador PT Campinas, Médico Sanitarista, professor PUC Campinas,DENEM 2005/2006
94. Pedro Vasconcelos - Ex Secretário da JPT RS 2005 2007. Membro do Coletivo Nacional de Cultura do PT.
95. Penildon Silva Filho, professor da UFBA. DCE UFBA 1992-1993 e Diretor da UNE 1993-1995
96. Rafael Barbosa de Moraes (pops), vice-presidente da UNE 2003/2005, secretário nacional de juventude 2005/2008
97. Renam Brandão - Secretário da JPT-BA 01/03, Executiva dos Estudantes de CEFETS 97
98. Rídina Motta Diretora LGBT UNE 2009 /2011
99. Rodrigo Abel, Secretário nacional de juventude do PT 2000/2003
100. Rodrigo Campo, ex-Tesoureiro do PT-RS, de 2005 a 2007.
101. Romeu Morgante, ex presidente da umes santo andre e diretor da ubes 1998/99 umes, 99/2001UBES
102. Rodrigo Rubinato "Cabelo" - Coordenador da Ames - RJ em 2003, Secretário-geral da FEMEH em 2004
103. Rodrigo Salgado, Professor e Advogado. Ex-coordenador da FENED, Coordenador do DAJMJr
104. Samuel de Mesquita - Ex-presidente da UENI, Ex-presidente da ARES, Ex- vice-presidente baixada da UEE/RJ, Ex-presidente do DA de Direito da UNIABEU
105. Sávio José, vereador PT - Viçosa-MG.
106. Serena Reis - CN FEAB 2002-2003, analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio/MMA
107. Sérgia Garcia, diretora da UPES gestão 1998, medica formada em Cuba, militante da Associação Médica Nacional – (AMN-MF)
108. Sergio Godoy, professor de Relações Internacionais da Fundação Santo André, ex membro do coletivo nacional da JPT, ex Secretário Geral da UPES
109. Tássia Rabelo - Ex-Presidenta do CA da FGV, Ex-diretora do DCE da UERJ, Ex. Membro da Executiva Nacional da JPT
110. Tassio Brito coordenador geral DCE UESC(2007-2009), 2 diretor de RI da UNE(2008-2009,direção nacional da jpt(2008-2011) 3 Vice Presidente da UNE(2009-2011)
111. Tatiana Oliveira diretora de mulheres da une 2005-2007
112. Tatiana Zocrato - DCE PUC-MG 2002-2004 ,Vice-Presidenta UEE-MG2004-2009 , SEJPT-MG 2008-2011
113. Thomás Ferreira CN ABEEF 2003/2004 Coord. Geral DCE/UFV 2005
114. Ticiana Studart, SNJ PT 2003 a 2005, da secretaria nacional de mulheres do PT de 2005a 2007, e membro da executiva do PT CE;
115. Verônica Lima, vereadora de Niterói, executiva da UBES 1997/99
116. Veronica Maia, advogada, militante da RENAP, foi da SNJ PT de 2005 a 2007.
117. Vinicius Cascone - FENED, advogado, militante do PT, Campinas/SP
118. Vinícius de Lima - ex-coordenador nacional de comunicação da JPT e Presidente do DCE da Estácio de Sá - ES (2007), foi membro do Diretório Estadual do PT ES (2008) e do Movimento Não é só uma passagem (2005 - ES)
119. Vinícius Ghizini, historiador, Secretário Adjunto JPT/Macro Campinas e Secretário Municipal JPT/Americana.
120. Vinicyus Sousa - Ex - Diretor da executiva estadual da JPT - BA
121. Wagner Romão, sociólogo, ex-presidente do Diretório Zonal de Pinheiros (São Paulo) -2005 a 2007.
122. Wanderson Pimenta, ex- coordenador geral do DCE - UFBA (2012).
123. Wladia Fernandes, coordenadora LBGTT do PT CE foi da JPT de 2005/09
124. Wenderson Gasparotto, ex diretor da UEE-SP (1997/2001)
125. Wesley Francisco, DCE UFV, CA História/UFBA, FEMEH, UNE(2003) Coletivo Nacional LGBT.

domingo, 11 de novembro de 2012

POLÍTICOS E PUTAS


Por Marcelo Mário de Melo

Os políticos, em geral, não são pessoas que se possa enquadrar entre os deserdados da sorte, que fazem isto ou aquilo premidos por necessidades primárias de sobrevivência.
Para chegar onde estão, eles se derramam em argumentos e discursos. Apresentam plataformas sedutoras aos eleitores e, em geral, não cumprem as promessas. Têm vantagens e mordomias depois de eleitos.
Quando conseguem captar os votos e atingir as posições que desejam, na maioria dos casos, passam a ser uma fonte permanente de decepções, prejuízos e tristezas para o povo.
As putas, geralmente, são pessoas que vendem as carícias e o corpo para poder sobreviver.
Falam pouco e se mostram ao máximo, deixando claro o que podem oferecer para a satisfação dos contratantes. Geralmente, cumprem o que prometem e exigem a sua parte.
Não têm vantagens cumulativas nem mordomias. Tudo o que faturam está previsto no contrato e se refere a cada prestação de serviço.
Salvo exceções, elas não provocam decepções, tristezas e prejuízos aos seus clientes, a quem asseguram momentos de prazer pago a vista.
Sinceramente, prefiro as putas.
E por serem elas mais transparentes e honestas na propaganda, na oferta e na prestação dos serviços, gostaria muito que os políticos aprendessem com elas.

Das vontades de escrever e as razões pelas quais os textos não aparecem publicados


Há tempos eu venho dizendo que voltar a publicar no blog seria uma das prioridades da minha vida, porém, as coisas do mundo real são sempre mais urgentes, sempre mais importantes e a gente sempre acaba deixando pra depois aquele texto sobre eleição, aquele texto sobre a Marcha das Vadias, aquele texto sobre o FORA LACERDA, aquele texto sobre a disputa interna do PT que culminou escolhendo Patrus Ananias nosso candidato, aquele texto de apoio a campanha Neila Batista vereadora, aquele outro texto sobre futebol, aquele poema de saudade, a sensação mágica de ter conseguido usar nova tecnologia das lentes de contato e tá enxergando como há tempos não conseguia (e mais uma vez ser descartada a possibilidade de um transplante de córnea).. enfim, o tal do tempo sempre vai ser o grande culpado das minhas ausências virtuais.
Momentaneamente eu consigo escrever (e publicar) mais um texto de justificativa, mas pretendo (e dessa vez de verdade, sem enrolação) ser mais frequente. 

Que seja mais um (re)começo carregado de esperança 

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Coragem, eu sei que você pode MAIS!


Balanço do MAIS sobre o 2º CONJPT

O 2º Congresso Nacional da Juventude do Partido dos Trabalhadores (JPT) foi realizado entre os dias 12 e 15 de novembro. O Congresso Nacional teve a participação de quase 700 delegados, eleitos através das etapas que aconteceram em todos os estados do País. Quanto às etapas municipais, foram mais de 1500 Congressos, demonstrando a força e a capilaridade da JPT.

Esse congresso depositou uma expectativa de consolidar o modelo de organização da JPT e aprovar um regimento interno que tirasse as resoluções do primeiro congresso do papel. Mas o 2º CONJPT foi muito aquém dessas expectativas que o conjunto da Juventude do PT tinha, que saindo de uma gestão muito longa de quase 3 anos e meio, esperava um grande resultado político.

Embora a mobilização tenha sido satisfatória, este congresso apresentou diversos limites do modelo congressual para eleger a direção. Avaliamos que debater a política no mesmo espaço de eleição da diretoria prejudica principalmente a política. Além disso, não parece interessante aos jovens filiados ao PT o modelo “retro” aplicado nas etapas municipais e estaduais. No Congresso nacional, havia uma expectativa de um debate mais qualificado, por conta das discussões que antecederam a etapa nacional. Mas o modelo ao qual o 2º CONJPT foi organizado não contribuiu para isso. Havia apenas grandes mesas com temas importantes, mantendo o modelo catedrático e monocrático já estabelecido que lembra os velhos seminários, em que uns falam e os outros apenas tem o direito de ouvir e concordar.

Desde o começo da construção do 2º Congresso da JPT, todos e todas que construíram a tese “Coragem, eu sei que você pode MAIS” e apoiaram a candidatura do companheiro Ronaldo, membro da coordenação nacional da Mensagem ao Partido, tinham como perspectiva a consolidação de um pacto político para a JPT. Pacto esse que leve a superação do tradicionalismo impregnado na política e coloque a JPT como referência de um debate estratégico sobre socialismo, transição geracional e sair desse engessamento que só faz grandes análises de conjuntura e avanços do governo, mas pouco caminha com a juventude brasileira e seus sonhos de transformação.

Não acreditamos, apesar de reconhecermos todos os avanços dos nossos governos, que somente debater o governo possa ser a engrenagem para agregar novos militantes, tampouco ser uma ferramenta para empolgar os que já estão em nossas fileiras e por isso apresentamos um debate diferenciado, sintonizado com o nosso tempo e com nossa juventude para estabelecer uma atuação ousada e transformadora. Na fala do Presidente Nacional do PT, Rui Falcão, houve sinalizações nesse sentido. Conforme Rui Falcão, a JPT precisa apresentar-se para a juventude brasileira como uma juventude organizada, desburocratizada e que não reproduza as práticas da velha política brasileira.

Participação da Tese “Coragem: Eu sei que você pode MAIS!”

Desde o começo do processo de mobilização ao Congresso, nossa tese conseguiu agregar diversos segmentos da Mensagem ao Partido. Tivemos como principais características, o respeito à pluralidade, as construções locais e o combate à prática hegemonista. Nossa tese agregou mais de 10 correntes regionais da Mensagem ao Partido, além do MAIS e da simpatia de dirigentes partidários e de movimentos que caminharam conosco até o último dia do Congresso.

Além do apoio de um amplo setor da Mensagem ao Partido, logo no primeiro dia de Congresso, tivemos a honra de receber o apoio do movimento “Inaugurar um Novo Período”. Com uma grande pactuação na política, sem acordos por cargos ou que representassem a cultura política que queremos derrotar dentro do PT, esta aliança consolidou nosso campo como o segundo campo dirigente no 2º CONJPT.

A unidade da Mensagem ao Partido foi uma hipótese construída até o ultimo dia de Congresso, e só encerrou-se na inscrição de chapas, quando oficialmente consolidou-se a aliança da JCNB com um setor minoritário da Mensagem ao Partido. Na nossa avaliação, um grande erro político, pois uma chapa com um grande protagonismo da Mensagem ao Partido não tinha como objetivo derrotar um ou outro setor dentro do Congresso, mas apresentar a juventude brasileira uma alternativa socialista e que representasse a quebra dos paradigmas que afastam a juventude do PT, e por consequência da política.

Resultado do Congresso:

Com o cenário acima desenhado, o 2º CONJPT apresentou a seguinte conformação de chapas e resultados:

Chapas

Chapa 2 CNB e DS– 411 votos

Chapa 3 MAIS e Inaugurar um novo período - 93 votos

Chapa 5 MPT, PTLM e Novos Rumos - 74 votos

Chapa 1 AE e Militância socialista - 71 votos

Chapa 4 O Trabalho - 4 votos

Candidaturas a Secretaria Nacional de Juventude

Jefferson Lima- CNB - 347 votos

Ronaldo Pinto - MAIS - 87 votos

Tassia Rabelo - MPT - 83 votos

Bruno Elias - AE - 78 votos

Joana Parolli – DS – 70 votos

É importante afirmar que o MAIS construiu uma atuação política de forma ampla, corajosa e exclusivamente por jovens, afirmando o nosso compromisso real com a transição geracional. Não somos um grupo de iluminados, tampouco detentores da verdade absoluta, mas temos convicção de que o melhor caminho no Congresso da JPT foi o que traçamos: o do diálogo com um campo mais identificado com uma juventude democrática, de movimento real, sem cair no hegemonismo ou no pragmatismo. Construímos uma intervenção combativa, propositiva, ousada e sintonizada com os anseios daqueles que tiveram coragem e construíram essa grande vitória conosco.

No próximo período, caberá à JPT intensificar sua relação com a juventude brasileira e a organização das instâncias municipais e estaduais da JPT. Não estaremos à altura de renovar os sonhos petistas e dirigir a transformação do Brasil e do mundo se nos mantivermos com Congressos cartoriais e gestões superficiais. A segunda geração petista precisa renovar a ousadia da primeira e puxar a linha do horizonte, com grandes mobilizações de rua, nas universidades, junto à juventude trabalhadora e desempregada. O sonho de um outro mundo possível ainda se faz necessário.

Acreditamos na juventude, no PT e achamos que juntos na luta socialista podemos muito MAIS.

Viva a Juventude, viva o PT!!!

“Nunca se vence uma guerra lutando sozinho
Cê sabe que a gente precisa entrar em contato
Com toda essa força contida e que vive guardada
O eco de suas palavras não repercutem em nada

É sempre mais fácil achar que a culpa é do outro
Evita o aperto de mão de um possível aliado, é...
Convence as paredes do quarto, e dorme tranqüilo
Sabendo no fundo do peito que não era nada daquilo

Coragem, coragem, se o que você quer é aquilo que pensa e faz
Coragem, coragem, eu sei que você pode mais”.

Coordenação Nacional do Movimento de Ação e Identidade Socialista
Contato: nacional@maispt.org

segunda-feira, 20 de junho de 2011

A marcha das marchas










por Louise Caroline

De onde vêm e pra onde vão os recentes movimentos “Marcha da Maconha”, “Marcha da Liberdade”, “Marcha das Vadias”?
Recentes manifestações políticas ocuparam as ruas do país e exigem reflexões sobre seu caráter. Tão excêntrica quanto as Marchas parece ser a compreensão sobre elas. À primeira vista, não cabem os padrões históricos que definem os Movimentos Sociais desde a década de 80 e talvez estejamos diante de um novo momento de lutas sociais, em diálogo com a nova cidadania interativa originada pelas estabilidade democráticas e pela conexão virtual globalizada.
Evidente que a confirmação dessa hipótese depende de estudos e análises mais profundos, a que não se pretende esse texto. Quer-se apenas despertar a necessidade dessa reflexão, política e acadêmica, trazendo foco às Marchas. Para isso, apresento aqui quatro interessantes características dessas recentes movimentações.
Diferentemente das lutas pela democratização política, por melhores salários, ou garantia dos direitos básicos, que impulsionaram a ação dos movimentos reivindicatórios brasileiros no final do século XX, as atuais Marchas têm por foco direitos individuais que, historicamente, fariam parte da pauta liberal e não da pauta socialista ou social-democrata, às quais estariam ligadas as lutas coletivas tradicionais por direitos.
As novas ações se tratam, por mais que haja relação com a busca de direitos, de questões relacionadas à liberdade individual de fazer, ser, usar o que quiser, sem limitações do Estado e com garantia de respeito coletivo às opções individuais.
A complexidade de compreensão do tema começa na tentativa de enquadrá-lo aos padrões típicos de classificação das mobilizações sociais ou mesmo da classificação jurídica dos Direitos Fundamentais. Padrão típico, reafirma-se, é o que as Marchas não seguem.
Senão, vejamos:
As reivindicações das Marchas poderiam ser compreendidas no bojo da 1a geração de direitos, por serem direitos civis e políticos, com conteúdo liberalizante (liberdade para usar maconha, liberdade para se relacionar com pessoas do mesmo sexo, liberdade para se vestir e se comportar), típicas liberdades clássicas, negativas ou formais. Entretanto, a ação do Estado não é dispensada, ou seja, as Marchas não querem que o Estado simplesmente deixe de agir e permita que as pessoas livremente dirijam suas vidas. Querem livremente dirigir suas vidas sim, mas querem que o Estado garanta isso, o que se aproxima em muito dos direitos de 2a geração, direitos sociais e culturais, que abrangem as liberdades positivas, reais. Não é, portanto, uma pauta que busca inação do Estado, mas que busca ação do Estado para que sua liberdade individual seja garantida e respeitada pelo conjunto da sociedade. A Marcha da Maconha quer legalizar a droga, não quer só o direito de usá-la, mas que haja regulamentação da produção, do consumo, apoio aos usuários na rede pública de saúde. A Marcha da Liberdade, originária das proibições judiciais de realização da Marcha da Maconha mas logo redesenhada como um amplo movimento pelas liberdades individuais, defende não apenas o direito ao amor livre, mas a regulamentação jurídica dos direitos de união civil e, ainda, a criminalização da homofobia, ou seja, uma lei que proíba e puna a discriminação contra os homossexuais.
Ainda, também, não há como excluir essas pautas dos direitos de 3a geração, comprometidos com a solidariedade, a paz e os direitos humanos.
Resumidamente, são movimentos com pautas individuais liberalizantes que, ao mesmo tempo, exigem ação estatal para efetivação dessas liberdades. São movimentos com pautas individuais, de direitos fundamentais ao ser, mas também intimamente ligados às liberdades positivas de aprofundamento da igualdade e ainda em sintonia com os direitos de solidariedade e titularidade coletiva.
Ou seja, essa primeira característica já demonstra a novidade, complexidade e excentricidade dos novos movimentos em curso.
Uma segunda característica de destaque é o perfil de quem organiza e quem marcha. Predominam jovens, universitários/as, brancos/as, de classe média. Ou seja, um público com direitos básicos razoavelmente adquiridos, mas incomodado por uma limitações à liberdade de exercer determinado comportamento (evidentemente, também relacionado a direitos).
A elevada qualidade de vida dos/as agentes dessas novas lutas, associada à conjuntura política de estabilidade democrática e livre expressão, parece permitir que se abram os olhos a questões não primárias, que, apesar de relevantes, não ocuparam lugar central anteriormente pela urgência de outras conquistas básicas.
Interessante que as Marchas brasileiras têm pontos de contato com os movimentos por liberdade sexual, libertação das mulheres, livre uso de drogas que sacodiram os EUA e a Europa nas décadas de 60/70. Note-se que ao mesmo tempo aconteciam mudanças profundas na política institucional e avanços consideráveis na garantia dos direitos básicos nesses países, assim como vemos no Brasil e na América Latina recentemente.
Suspeita-se, então, haver uma relação entre as conquistas dos direitos primários para a parcela majoritária da população com o levante de questões individuais por uma parcela mais escolarizada e com direitos já consolidados.
Dessa forma, verificamos que as Marchas não são movimentos de classe, nem de massas, mas que surgem após avanços sociais para a classe excluída, como se dissessem: “agora que há democracia, comida, saúde e educação queremos ir além, queremos ter prazer, estilo, espaço e respeito”.
A segunda característica, portanto, também apresenta peculiaridades significativas pelo protagonismo de grupos geralmente apáticos às questões políticas e fora do contexto de exclusão social que organizou as lutas do século passado.
A terceira característica percebida é a ausência, ou, algumas vezes, participação minoritária, das organizações tradicionais de representação como os partidos políticos, movimentos sociais institucionalizados, entidades estudantis e sindicais.
As Marchas parecem desejar personalidade própria. A Marcha da Maconha, de longe a mais consolidada, tem fóruns próprios de organização, com reuniões da Marcha, coordenadores da Marcha, representantes da Marcha. Mesmo que haja militantes partidários e parceria ou participação dos grupos tradicionais, esse não é o público majoritário e tampouco o ambiente é muito acolhedor a eles. Há, por parte desses/as jovens em marcha, inclusive, certo preconceito com os grupos tradicionais e, geralmente, pede-se a não utilização de bandeiras partidárias ou revela-se certa hostilidade diante delas. Na maioria das vezes, os/as ativistas em marcha participam de sua primeira manifestação política e acreditam estar fazendo algo tão novo e revolucionário que não deveria ser “contaminado” pela burocracia dos partidos e entidades tradicionais.
Ao mesmo tempo, os principais partidos de esquerda do país e as entidades estudantis e sindicais mais atuantes também passam por um período de refluxo social advindo da institucionalização de suas principais lutas. Com a chegada do PT à Presidência da República e o crescimento dos campos progressistas nos parlamentos, prefeituras e governos, o campo de esquerda está ocupado com a disputa institucional pela efetivação de suas bandeiras históricas, aproveitando o momento para aprovar leis e programas relacionados a direitos básicos, inclusive em diálogo com as pautas das próprias Marchas. Mas sua concentração na ação institucional afastou esse campo do contato mais direto na disputa ideológica dessa nova geração, sendo evidente o distanciamento do PT e dos movimentos tradicionais com a identidade em formação nas universidades e nas redes sociais do mundo virtual.
A imaturidade política dos que marcham associada à institucionalização do campo progressista tradicional – sem querer impor valor negativo a uma ou outra leitura, faz com que as Marchas também tenham certa imprecisão estratégica.
Afinal, marcha-se com qual objetivo de longo prazo? Contra quem ou contra o que se deposita o foco das marchas? No jogo político das decisões públicas – do qual saem as leis e ações estatais – estão identificados os aliados e adversários? Ou as Marchas apenas querem despertar atenção para o tema e deixar a estratégia política a outros atores? Essas lutas pontuais estão conectadas a alguma luta política mais geral? Deveriam estar? Como?
Enfim, o que importa ressaltar nessa terceira característica é que as Marchas estão à margem das discussões mais gerais, não são protagonizadas pelos grupos tradicionais de organização coletiva e abrigam pessoas das mais diversas matizes ideológicas.
A quarta e última característica é o meio pelo qual essas bandeiras ganham adeptos e por onde as Marchas são convocadas: a internet. As redes sociais permitem a elevação de uma questão desconhecida a uma adesão nacional, até mundial, em questão de horas. Evidente que a fragilidade da ascensão é a mesma do declínio. A efemeridade da internet e a facilidade de aderir às causas, cria também o militante virtual que aperta o botão mas não sai de casa. Bom exemplo é o Churrascão da Gente Diferenciada, protesto contra os ricos paulistanos de Higienópolis que recusaram o metrô no bairro para evitar o trânsito de “gente diferenciada”, que embora não seja Marcha também pode ser enquadrado nas quatro características aqui elencadas. Em uma semana, a página no Facebook do “Churrascão” registrou mais de 50 mil apoiadores, mas no dia reuniu aproximadamente dois mil (o que não deixa de ser considerável).
De toda forma, as redes sociais têm sido espaço de mobilização de ideias e debates que não se pode ignorar. Muito rapidamente pessoas de todos os lugares estabelecem redes de apoio ou oposição que começam a interferir na vida política real do país.
Grandes meios de comunicação já utilizam o Twitter como fonte, não só pelas declarações pessoais, mas pelo Trending Topics (os tópicos mais populares no momento). Partidos e Movimentos também se mobilizam para emplacar suas hashtags (marcação, termo padrão de mobilização na rede) e comemoram a entrada nos TT’s como significado de amplo apoio à sua causa.
As Marchas chegam rapidamente ao TT’s, bem como se pulverizam em velocidade altíssima pelo Facebook. A Marcha da Liberdade de São Paulo, ocorrida após a repressão policial à Marcha da Maconha, mobilizou mais de 3 mil pessoas em uma semana. E em um mês já ocorria em dezenas de cidade em todo país.
Em tempos de apatia política, o papel da internet e das redes sociais na mobilização de causas e movimentos é um tema relevante, que já vem sendo estudado, mas que agora precisa englobar as Marchas.
Conclusão
Como não se pretende esgotar o debate, ao contrário, suscitá-lo, farei considerações breves acerca dos quatro pontos, não sem antes informar de onde se fala. Sou militante partidária, petista, organizada há mais de 10 anos e sem qualquer intenção de deixar de sê-lo. Ao mesmo tempo, sou tuiteira, ativista empolgada de todas Marchas e profundamente comprometida com as pautas levantadas por esses movimentos.
Assim, falo de um lócus favorável às Marchas e também aos partidos, trazendo comigo reflexões que partem de um e de outro ponto de vista, sendo por isso, talvez, que minhas conclusões marchem em favor do diálogo entre esses dois mundos.
Sobre o primeiro ponto característico levantado no texto, cabe destacar que as lutas individuais, por direitos de liberdade e igualdade, também compõem direitos sociais e coletivos. Ou seja, não é problema exclusivo de um indivíduo se ele pode ou não casar com quem queira, mas um problema da sociedade, não restrito aos gays ou beneficiários diretos dessa política. A opressão a grupos minoritários – e isso é límpido na Teoria Geral do Direito ou nos registros históricos, políticos e sociológicos – não atinge apenas os membros dos grupos minoritários. A opressão de um grupo social atinge o equilíbrio de toda sociedade e joga contra a justiça do sistema. Embora não sejamos aqui capazes de definir exatamente de que tipo de direitos se compõem essas lutas, importa ressaltar que são causas individuais porém não individualistas e que suas consequências atingem o conjunto da sociedade. A Marcha da Maconha, por exemplo, é apoiada e mobilizada não só pelos usuários da substância, mas também por muitos que questionam o poder do tráfico e acreditam que a legalização poderá enfraquecer o crime. Ou seja, por mais que sejam pautas de liberdade individual, são temas de ampla repercussão em toda sociedade e que não dizem respeito apenas aos que estão diretamente vinculados.
No que diz respeito à segunda característica, não parece desimportante uma luta política pelo fato de que ela não seja de classe ou de massas. Ao contrário, a mobilização da classe média em favor de pautas que colaborem com a igualdade, a justiça e com questões intimamente ligadas ao equilíbrio de direitos é uma vitória, dado que o outro comportamento possível seria a omissão ou o favorecimento da opressão, da exploração, da desigualdade. O caso de Higienópolis foi flagrante: a classe média e alta da juventude paulistana foi quem protestou contra o preconceito dos moradores do bairro em relação aos pobres e trabalhadores, “gente diferenciada”, que poderia contaminar seu bairro. Seria preferível que essa juventude “pop cult” se somasse à adjetivação preconceituosa dos os moradores do bairro? Evidente que não. A participação desse segmento nas causas políticas mais progressistas, por mais limitações e peculiaridades que possa ter, é uma conquista relevante na caminhada por uma sociedade menos hipócrita e egoísta fundamental aos avanços mais concretos para a classe trabalhadora. Não parece, portanto, desprezível a colaboração dessa juventude classe média ao outro mundo possível que ao longo dos anos tem motivado a luta classista por uma sociedade de desconcentração de renda e cidadania plena.
Quanto à relação entre as Marchas e as questões políticas mais gerais, parece evidente que os direitos individuais estão relacionados ao sistema político e econômico, sendo impossível descolá-los. Uma sociedade patriarcal, concentradora de renda ou teocrática, por exemplo, dificilmente permitirá o casamento gay ou a liberdade sexual das mulheres. Ao mesmo tempo, uma sociedade de distribuição das riquezas sem equiparação dos gêneros, livre sexualidade ou comportamento, dificilmente produzirá um sentimento de igualdade entre seus membros. Ou seja, mesmo descolados das questões políticas mais gerais e determinantes, as Marchas e lutas por liberdade podem, ainda que sem esse objetivo claro, contribuir para o questionamento do sistema sócio-econômico, no momento em que desestruturam valores e crenças que alicerçam o grande sistema. De toda forma, entretanto, a ausência de uma estratégia política de fundo, de uma unidade ideológica e da capacidade de conectar as questões específicas às gerais, é um grande limitador dos avanços desses movimentos e da concretização de suas bandeiras.
Por outro lado, é urgente que os partidos de esquerda e as entidades estudantis e sindicais tenham a capacidade de englobar essas pautas, de forma consistente e não apenas visando um diálogo superficial com esses movimentos. O erguimento de novos padrões de relação, comportamento, conduta, valores, liberdades e felicidade para todas as pessoas é fundamental para uma nova lógica econômica e política a que se pretendem os grupos políticos de contestação tradicional.
Por fim, o quarto ponto já é o mais estudado dos três, afinal já não é de hoje e cada vez se intensifica o poder da internet sobre os debates e decisões públicas, às vezes subestimado, noutras superestimado. Levaremos um tempo para compreender exatamente o quanto as pessoas estão engajadas com as pautas que apoiam pelo computador, bem como quem e de que forma influencia e é influenciado nas redes sociais. Fica aqui apenas a verificação de que esse é o canal principal de mobilização desses movimentos que podem não ter vindo pra ficar, mas já deixaram sua novidade e sua marca e requerem atenção. Afinal, até o STF já conhece, entende e apoia essa contestação irreverente que as Marchas trouxeram ao cenário político brasileiro.
Que possamos seguir marchando, lutando, sonhando e refletindo sobre nossa caminhada, para que cada passo nos aproxime do mundo de igualdade, justiça e respeito que impulsionam nossos gritos por liberdade.
Louise Caroline Lima e Silva(@LouCarolinePE no Twitter) é mestranda em Ciência Política na UFPE, militante do PT e Secretária da Mulher na Prefeitura de Caruaru. Foi vice-presidente da UNE de 2005 a 2007.

sábado, 11 de junho de 2011

O PT e a crise do ministro Palocci


*Por Elói Pietá

Para os petistas, não sair em defesa de Palocci foi uma reação contra o risco de distanciamento do PT em relação à sua base social. Por isso estamos com a presidenta Dilma e apoiamos sua dolorosa atitude nesta hora. Mesmo tendo que perder um ministro tão importante, ou tendo que parecer vencida pela pressão das oposições, ela preferiu não perder o sentido social de seu governo.
Os petistas não contestam o direito que Palocci tinha de exercer uma atividade privada quando saiu do governo em 2006 e de ter sucesso nela. O que causou espanto e levou os petistas a não apoiarem sua permanência no governo, foi a origem de seus ganhos privados (orientar os negócios de grandes empresas), a magnitude dos resultados (dezenas de milhões de reais), e o alto padrão de vida que ele se concedeu (representado pelo investimento em moradia fora de sua própria origem de classe média).
Nós, petistas, éramos ‘de fora’ nos tornamos ‘de dentro’ do Estado brasileiro. Até hoje a elite rica ou a classe média alta de doutores não simpatiza com ver lá essa geração vinda dos movimentos de trabalhadores. Somos herdeiros dos esforços que o Partido Comunista representou ao levar em 1945 ao Parlamento trabalhadores historicamente excluídos do poder (por pouco tempo, já que logo posto na ilegalidade). Somos herdeiros daqueles que no início dos anos de 1960 ensaiaram alguma presença no Estado através de suas lideranças sindicais e de partidos socialistas nascentes (tentativa abortada com o golpe militar).
Enfrentamos com muitas dificuldades materiais as eleições. Uma após outra, elegemos homens e mulheres vereadores, deputados, prefeitos, senadores, governadores, até chegar três vezes à presidência da República. Muitos se tornaram assessores nos parlamentos, nos governos, diretores, secretários, dirigentes de empresas públicas, ministros.
Quando estávamos perto do poder ou nele, as empresas privadas ajudaram nossas campanhas e procuraram nos aproximar delas. Queremos o financiamento público dos partidos para não depender delas. Respeitamos os empresários, mas com a devida distância.
Não queremos sair do que fomos. Sabemos que as relações econômicas e as condições materiais de vida terminam moldando ideias e ações. São milenares as reflexões que alertam para isso. Vamos recordar alguns exemplos.
Lá longe, o filósofo grego Platão, em A República, dizia que os governantes das cidades-estado não deveriam possuir bens, exceto aquilo de essencial que um cidadão precisa para viver. Que deveriam ter o ouro e a prata apenas na alma, porque se fossem proprietários de terras, casas e dinheiro, de guardas que eram da sociedade se transformariam em mercadores e donos de terras, então, de aliados passariam a inimigos dos outros cidadãos.
A Revolução Francesa no fim do século 18 fez brilhar pela ação dos excluídos as ideias de igualdade, fraternidade e liberdade, contra a concentração da riqueza e do poder nos reis, na nobreza e no clero. É verdade que depois houve a restauração do Império, mas também se fortaleceram as ideias socialistas.
Marx e Engels, que buscavam a emancipação do proletariado, consideravam que, para modificar a consciência coletiva era preciso modificar a base material da atividade econômica. Não bastava, portanto, a crítica das ideias, porque o pensar das pessoas reflete seu comportamento material.
Filósofos sociais posteriores, mesmo aqueles cujas ideias deram suporte ao liberalismo, como Max Weber, falavam de estamentos sociais definidos pelos princípios de seu consumo de bens nas diversas formas de sua maneira de viver.
Já dizia Maquiavel que a política se altera no ritmo incessante das ondas do mar. Os partidos tendem a ser como estas ondas: vem de muito longe, vem crescendo, até que um dia se quebram mansamente nas praias ou mais rudemente nos rochedos. Defender vida modesta para políticos vindos da vida modesta das maiorias, é para o PT uma das condições indispensáveis para comandar um processo de distribuição da renda e inclusão das multidões excluídas, embora não a condição única. Para cumprir esta condição e nosso papel, é essencial sermos, como temos sido: fiéis, na nossa vida pessoal e política, aos milhões e milhões de brasileiros que têm votado e confiado em nós. É legítimo para nós progredir ao longo da vida, desde que todos cresçam na mesma medida em que o bem-estar do povo cresce.
Voltando ao companheiro Palocci: respeitamos suas opções, admiramos sua competência, reconhecemos seu trabalho a serviço do povo. Mas, pelas razões expostas, o PT mostrou que prefere o político de vida simples que conhecemos, ao empresário muito bem sucedido sobre o qual agora se fala.
Nesse mix de filosofias sobre a riqueza e seu reflexo no pensamento social, terminamos lembrando o imperativo categórico de Kant: aja de tal modo que a máxima de sua ação possa ser universalizada, isto é, para que todos sejam iguais a você. Por isso que, para continuarmos a ser um partido dos trabalhadores, não é bom que cultivemos o ideal de empresários.

*Elói Pietá é secretário geral nacional do PT.

sábado, 4 de junho de 2011